É muito bonita a música “ninguém explica Deus”, afinal, Deus está em lugares que a razão humana não pode imaginar e é tão poderoso e grande que não é possível medir seu senhorio. Certo? Claro que sim, realmente os atributos de Deus são inefáveis.
Mas não podemos negar um fato surpreendente: Jesus Cristo é a revelação do Deus Pai.
Um dia, Filipe disse a Jesus: mostra-nos o Pai, e isso é suficiente para nós. Então Jesus respondeu: Há tanto tempo estou convosco, e tu não me tens conhecido? Aquele que vê a mim, vê o Pai; como pode me pedir para mostrar o Pai? (Cf. João 14.8-9).
Que resposta impressionante de Jesus, ele é a revelação do Pai, conhecer Jesus Cristo é conhecer o Pai e isso é suficiente para nós.
Israel, esperava um Messias poderoso, aquele que os livraria das correntes políticas que os governavam, um Messias que faria Israel grande; um rei que sabe mais do que todos, o mais poderoso da terra, governante e líder imperial. Mas Jesus Cristo, que nasce em uma manjedoura, mostra toda a sua humildade e amor, é simples até a morte na Cruz. Jesus é rei, e estabelece um reino de serviço ao próximo, um reino de amor e misericórdia, reino de simplicidade e verdade, reino que traz dignidade humana aqui e salvação eterna.
A gente é assim não é? Queremos aquele Deus distante, tão forte que não podemos alcançar, queremos apenas falar do seu grande poder, falar que Ele é inexplicável, inimaginável e todos os outros adjetivos grandiosos que conhecemos, porque parece que isso nos traz segurança, um Deus todo poderoso nos dá certeza que vamos vencer! superar! conquistar! reinar! Um Deus assim dá segurança para enfrentar a vida, é um escape.
Nossas canções gospel expressam nosso desejo, cantamos: “O nosso geral é Cristo”, “Mostra-nos o Pai”, “Quero ver teus olhos como chamas de fogo”, “Tu és inexplicável”, “Ele é o Leão de Judá” e etc.
E por acaso Deus não é tudo isso que cantamos?
Claro que Deus transcende nossa capacidade, a questão não é essa, a má notícia para alguns é que o Deus todo poderoso se mostrou simples e quer ser conhecido como foi revelado. Seria lindo que nossas músicas dissessem com mais frequência: “quero amar como o Senhor amou”; “eu me arrependo”; “preciso perdoar”; “que eu diminua meu orgulho”; “que vença a mim mesmo”; “que Sua graça mude minha vida”. A gente quer falar de Deus pelo que transcende, sendo que Ele se mostrou e se explicou na prática da vida, no dia a dia. Jesus veio para mostrar o Deus-Pai, para explicar o Deus vivo.
“Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que esta junto ao Pai, o tornou conhecido” (João 1.18).
Jesus Cristo fez o Pai conhecido. A gente explica Deus no que Ele se revelou: um Deus que está perto de nós através do seu Espírito. Se explica Deus nas atitudes de Jesus, buscar viver como Cristo viveu é tocar o Senhor.
“Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros Deus permanece em nós, e o seu amor é aperfeiçoado em nós” (1Jo 4.12).
A verdade é que gostamos de pregar um Deus distante, tão superior que não é acessível, isso faz com que a gente não olhe as coisas simples, não viva na prática as lições básicas do amor, não valorize a humildade e sacie o nosso ego.
Quando olhamos para Jesus, dá para entender Deus, é possível enxergar tudo o que o Pai nos revelou, fica simples compreender o plano que Ele tem para nós e mudarmos de vida. Olhando para Jesus, revelação do Pai, é possível trilhar um caminho que busca ser semelhante a Jesus.
O Deus grande e poderoso se fez pequeno e servo para nos salvar. Isso é grandioso e incompreensível para quem quer olhar só Deus no alto e não o percebe do lado.
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